O Que É a Ingratidão?
Eu estava pensando sobre a
ingratidão…
Ser ingrato tem a ver com ser
humanista, porque o humanista atribui suas vitórias a ele mesmo, e não a Deus.
O ingrato não reconhece que, sem Deus, ele(ela) talvez não estivesse nem vivo.
A ingratidão também tem a ver com
idolatria. Geralmente as pessoas ingratas tem dois comportamentos extremos:
“amam” a ponto de idolatrarem a pessoa “amada”, e quando descobrem os defeitos
(naturais) da pessoa, passam a desprezar e se tornam totalmente ingratos.
O ingrato esquece com muita
facilidade… não as coisas ruins, mas esquece as coisas boas que fizeram por
ele(ela).
O ingrato vive no “seu mundo”, busca
apenas os seus próprios interesses. É um tipo de pessoa que se torna cega
(cego) para o amor (e doação) de quem está ao lado.
Outra característica da personalidade
do ingrato é a desobediência que leva a rebeldia… e a infidelidade.
Como o ingrato acha que sabe das
coisas, ele (ela) não ouve a mais ninguém, não aceita conselho de ninguém, não
considera ninguém capaz de liderá-lo(a) ou de aconselha-lo(a), o ingrato finge
aceitar, mas na verdade, ele(a) não aceita se submeter a autoridade, porque
ele(a) realmente acredita que sabe o que é bom para si.
A ingratidão também tem a ver com a
“falta de educação”. Podemos ser “treinados” desde a infância a ter um
comportamento grato, isso ocorre no processo de educação de uma criança. Quando
ensinamos uma criança a dizer “obrigado” para as pessoas que lhe servem, ou lhe
ajudam, estamos lhe ensinando a ser grata(o). Isso faz parte da educação.
Mas não é apenas a educação, a
“etiqueta”, o “protocolo”, o “ser formal”, que gera a gratidão. A gratidão tem
que partir do nosso coração, e não apenas ser da boca para fora.
Quem está ao lado (convive) com o
ingrato(a) sempre sofre.
O único que não sofreu quando
conviveu com um ingrato foi Jesus.
Judas é o perfeito estereótipo do
“ingrato”, ele foi salvo por Jesus, amado, cuidado pelo Mestre (que mesmo
sabendo que Judas era um ingrato, lavou seus pés)… mas (Judas) não reconheceu, ele
foi ingrato, infiel e traidor.
Mesmo assim, Jesus nunca o rejeitou…
Jesus tinha uma (entre muitas)
característica: Ele não se iludia em relação as pessoas… Ele não gerava
expectativas. Ele não fantasiava ou idolatrava.
Ele ama sem se iludir.
É por isso que Jesus não sofreu
quando Judas o traiu, porque ele já sabia quem era Judas, Ele já tinha visto a
ingratidão no coração de Judas. Jesus sabia que não podia esperar nada dele, a
não ser traição e ingratidão.
Jesus não se decepcionou com Judas,
pelo contrário, Ele se preparou para ser traído. Ele já sabia com que tipo de
pessoa estava lidando.
É claro que Jesus se entristeceu com
a decisão de Judas, pois Jesus o amava, mas Ele não se deixou iludir, Ele não
gerou expectativas.
A ilusão fere muito, isso acontece
porque quando ela cai, tudo que foi fundado sobre ela, cai junto.
Isso serve para todas as áreas das
nossas vidas, mas principalmente para os relacionamentos.
Muitos “Judas” vão aparecer nas
nossas vidas… faz parte. Mas nós teremos que aprender a lidar com cada um
“deles”, e não deixar que eles destruam a nossa capacidade de amar e de
acreditar no amor verdadeiro (e na mudança das pessoas).
A verdadeira gratidão está ligada ao
exercício de “se ver”.
Ela “brota”daí.
Observe, quando nos enxergamos, quando
honestamente “nos vemos”, e, (sem medo da rejeição) percebemos quantas pessoas
nos amam e não nos deixaram (mesmo sabendo de todos os nossos defeitos…) nasce
em nosso coração uma profunda gratidão.
Nós, seres humanos, somos assim:
Quando percebemos as nossas limitações (quando nos enxergamos), temos medo que
os outros também percebam (enxerguem) e nos rejeitem por causa delas.
Por isso, tentamos esconder das
pessoas os nossos defeitos a todo custo. Mas isso não adianta.
Mais cedo ou mais tarde, as nossas
limitações e defeitos (principalmente aqueles que tentamos a todo custo
esconder das pessoas) vão aparecer.
Isso vai acontecer sem querer, na
hora da raiva, do nervosismo… sem querer acaba aparecendo pra todo mundo.
Isso de certa forma é bom, porque é
nessa hora que saberemos a verdade sobre as pessoas ao nosso redor, é nessa
hora que conheceremos o caráter de cada um que nos cerca, porque, se ao ver os
seus defeitos, uma pessoa te abandonar, ela(e) está mostrando que não te ama de
verdade, ou que não está disposta a te amar e te aceitar como você é.
Por isso, mesmo que tenhamos medo da
rejeição, é melhor vencermos esse medo, e deixar que as pessoas nos conheçam de
verdade. Assim diminuímos o risco de decepcionar e de sermos decepcionados.
Realmente dói muito a rejeição, mas
dói bem menos quando não criamos raizes, quando ainda estamos no começo de um
relacionamento… por isso temos que ser “o mais transparente possível” com as
pessoas, para não geramos expectativas falsas e infundadas (defraudações).
Eu te garanto que a ingratidão dói
muito mais que a rejeição (falo por experiência própria, pois já senti das
duas), porque a ingratidão é a rejeição ”concentrada”, ou seja, podemos passar
por uma rejeição, e não “rolar” ingratidão junto… mas sempre que rolar ingratidão,
junto dela haverá rejeição. É sempre assim, porque o próprio ato de ser
ingrato, é um ato de rejeitar.
É por isso que dói tanto quando
alguém a quem nos dedicamos, se torna ingrato(a), age com ingratidão conosco,
porque nos sentimos profundamente rejeitados e “des-amados”.
Para mim, é um desafio lidar com a
ingratidão de um modo geral, mas principalmente com as pessoas ingratas,
aquelas que tem essa “natureza”. Acho que isso acontece porque sou grata… Tenho
gratidão em meu coração… e por isso, acabo por gerar uma expectativa nas
pessoas ao meu redor… não é fácil.
O que tenho aprendido com o Senhor
todos os dias da minha vida é o seguinte:
Faça para Ele.
Faça para Jesus.
Ele não tem um coração ingrato, sabe
porquê?
Porque Ele não te rejeita.
Jesus conhece a nossa motivação… Ele
sabe quando agimos com amor, com zelo, com cuidado…
Ainda que as pessoas ao nosso redor
nos “interpretem” errado, Jesus não. Ele sempre sabe “ler” a verdade em nossos
corações.
Tenha um coração grato.
Exercite isso.
Comece hoje a exercitar:
Agradeça em primeiro lugar ao Senhor,
que te criou, que te formou, agradeça por você estar vivo(a)… agradeça até
pelas lutas, porque elas são “professores” que nos ensinam o valor da vida.
Mas agradeça também as pessoas… aos
seus pais que te criaram, mesmo que tenham falhado, as pessoas que te criaram
fizeram alguma coisa por você… mesmo que seja pouco… foi o que eles sabiam, foi
o “melhor” deles… por isso seja grato(a) a cada um deles. Diga a eles
“obrigado(a) por tudo que você fez por mim”.
Agradeça também as coisas simples do
dia a dia: o cobrador do ônibus, a faxineira do seu trabalho, a pessoa que te
serviu na lanchonete, a atendente do balcão de alguma loja… seja grato(a)…
“Mas Sarah, e se eu for grato(a),
educado(a) com as pessoas, e elas não retribuírem? O que fazer?”
A resposta é:
Faça para Jesus. Não faça esperando
que as pessoas te devolvam… faça sabendo que Deus está vendo cada atitude sua,
em cada minuto do seu dia.
Ele te devolverá.
Ele é justo e fiel, e nunca vai
deixar passar desapercebido uma atitude boa e correta que façamos, mesmo que
demore (aos nossos olhos) para ter “retorno”, tudo, absolutamente tudo que
“plantarmos” nós vamos “colher”.
Mateus 7:12
“Tudo quanto, pois, quereis que os
homens vos façam, assim
fazei-o vós também a eles; porque
esta é a Lei e os Profetas.”
Faça para os outros o que você quer
que façam a você.
Você verá como Deus é justo. E como a
Palavra dEle não falha.
Que Deus te abençoe,
Missionária Sarah Sheeva
30/01/2010
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