PALAVRA: O CENTRO DO CORAÇÃO DE DEUS
Introdução
Imagine que
alguém dedique a sua vida inteira preparando para Deus um bolo de chocolate.
Então ele chega diante do Senhor no ultimo dia, todo feliz, e lhe diz: “Está
aqui o fruto da minha dedicação e sinceridade. Fiz com todo o carinho!”. Mas,
para sua surpresa, Deus olha para aquilo e diz: “Eu não gosto de bolo de
chocolate, prefiro baunilha”.
Se nós tivéssemos que nos apresentar diante de Deus
hoje mesmo, o que teríamos para oferecer a Deus?
Texto: “Sede fecundos,
multiplicai-vos, enchei a terra” (Ge 1:28)
Em Mateus 7:21-23 diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele
dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não
expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes
direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniqüidade.”
Quantas vezes nós nos esforçamos ao máximo, colocamos
todo o nosso empenho em fazer grandiosas programações, fazer festas para Deus,
fazer grandes eventos de louvor para Deus, retiros e marchas para Deus, e
danças para Deus, teatros para Deus, achando que estamos agradando a Ele, mas
não estamos, porque não estamos cumprindo o propósito dele em nossas vidas?
Será que quando nos apresentarmos diante de Deus,
teremos que tentar nos justificar com todos os eventos e programações que
realizamos, mas que não passou nem perto de cumprir o propósito de Deus para
sua Igreja?
O Senhor nos deixou uma ordem e não foi “Ide e
fazei eventos” ou “Ide e dançai por todo o mundo”, mas sim “Ide e pregai o
evangelho”, “Ide e fazei discípulos” (Mt 28:19-20).
1-Sinceridade
humana não é garantia de aprovação divina
A
idéia de muitas pessoas é que “fazendo com sinceridade, você realizar qualquer
coisa, que Deus aceitará”. Mas isto é um grande engano. Paulo diz sobre seus
compatriotas judeus: “porque
lhes dou testemunho de que eles tem zelo por Deus, porém não com entendimento” (Rm 10:2). Eles tinham dedicação, mas
como não tinham conhecimento acabaram matando Jesus. E em Lc 12:47-49 na
parábola dos dois servos. Um recebeu muitos acoites porque sabia a vontade do
seu Senhor e não a fez, mas o segundo que não sabia a vontade de Deus também
recebeu punição.
Uma
vez um rapaz chegou diante do pastor e disse: “Eu queria realizar alguma coisa
para Deus, mas eu não sei fazer nada. O que posso dar para o Senhor?”. O pastor
perguntou: “O que você sabe fazer?”. “Andar de Skate!”, respondeu o garoto.
“Então, vamos criar o ministério do Skate!”, disse o ministro.
Você
já viu aquelas pessoas que quando vão dar um presente para alguém dão não o que
o outro gosta, mas sim o que ela ama? Ele gosta de futebol, e por isto dá uma
bola para o outro. Infelizmente tem um monte de gente fazendo muita coisa na
igreja, ofertando muita sinceridade, no entanto eles nunca pararam para
perguntar: “O que Deus gosta? O que Ele quer nós demos a ele?”. O que Deus quer
são vidas. Ao criar Adão Ele disse: “Sede fecundos!” Ao enviar os discípulos na
grande comissão ordenou: “Fazei discípulos!”. Jesus falou para Pedro: “Se tu me
amas toca para mim? Não, mas sim: “Se tu me amas cuida das minhas ovelhas”.
2-Fazer
é secundário, gerar é o centro
Nós
temos que fazer coisas tanto na igreja quanto no nosso trabalho, mas isto é
secundário. Temos que ter louvor, gente na portaria, operador de som, mas isto
não é o nosso ministério, como certa vez eu ouvi de uma rapaz: “Meu chamado é
mexer na mesa de som”. E o que ele faria nos milhares de séculos que a igreja
viveu sem sonoplastia?”.
No
casamento você lava, passa e arruma a mas, isto não é um fim em si mesmo. O
objetivo da família é o desfrute do casal e a geração de filhos. Nós cantamos,
mas nosso ministério é de gerar. Nós operamos o som, mas nosso chamado é gerar.
Nós ficamos na portaria, mas a nossa obra principal é abrir a porta do reino
dos céus para as pessoas. Este é o ministério de todo crente, o ministério
sacerdotal (I Pe 2:9), que leva Deus
até as pessoas e traz as pessoas até Deus.
A
primeira obra da igreja não é social e sim espiritual. Jesus nem tocou no
assunto escravatura. Por que? Porque seu maior chamado era libertar as pessoas
do pecado (Mt 1:21). Hoje vemos muitas igrejas embrenhadas em política e em
ações sociais, e achando que se alimentarem os pobres, se fizerem centros de
capacitação profissional para ajudar a transformar o bandido em advogado
estarão agradando a Deus. Isto é bom, mas nossa obra principal é mais profunda
do que alimentar estômagos, mas sim alimentar a alma. E mais importante que
transformar o bandido em advogado, queremos fazer do bode uma ovelha.
3-Fazer
é temporal. Gerar é eterno
Tocar,
cuidar da portaria, limpara o prédio da igreja não é eterno, porque não teremos
estas coisas no céu. Devemos trabalhar em algo que ficará para toda a
eternidade.
Toda
a vida de Abraão se resumiu na luta para ter um filho. Enquanto os homens de
Babel estavam preocupados em construir torres e tornar assim seus nomes
celebres, Abraão viveu em tendas e para buscar cumprir o propósito de Deus em
sua vida. Mas ter filho dá trabalho, lidar com coisas é mais fácil. Porém,
assim como a dor do parto é esquecida pelo nascimento do filho, os sofrimentos
que passamos nos decidirmos servir a Cristo também nem serão lembrados no
grande dia onde ele nos encontrará para dizer: “Servo bom e fiel, entra no gozo
do teu Senhor porque foste fiel naquilo que o mundo chama de pouco ao trabalhar
para mim na igreja, mas agora todo olho verá a grandeza do seu trabalho”.
Alguém já disse que o inferno vai começar quando diante de Jesus os olhos das
pessoas forem abertos e então elas perceberem que gastarem suas vidas com nada.
Considerações
Finais
“Aconselho que cuidem bem do
rebanho que Deus lhes deu e façam isso de boa vontade, como Deus quer, e não de
má vontade. Não façam o seu trabalho para ganhar dinheiro, mas com o verdadeiro
desejo de servir. Não procurem dominar os que foram entregues aos cuidados de
vocês, mas sejam um exemplo para o rebanho”. (1Pe 5:2-3)